Política
Presidenciais 2026
O "facilitador" e "o desespero das sondagens". Marques Mendes e Gouveia e Melo trocam galhardetes
No debate desta noite, na TVI, Henrique Gouveia e Melo e Luís Marques Mendes debateram as dúvidas do almirante quanto às atividades do rival social-democrata. "Isso é o desespero das sondagens" acusou Marques Mendes.
Questionado sobre as acusações recentes que põem em dúvida as atividades do candidato apoiado pelo PSD através da JMF, uma empresa familiar com alegadas conexões aos vistod Gold, Gouveia e Melo pediu mais esclarecimentos.
"O doutor Luís Marques Mendes nos últimos dias tem-se tentado vitimizar", acusou ainda. Mas, "só é vítima da opacidade das suas respostas".
Gouveia e Melo questinou também o envolvimento de Marques Mendes com Angola, através da Angola Desk.
"O doutor Luís Marques Mendes tem de explicar isso aos portugueses", exigiu, solicitando também que o rival esclareça a sua profissão junto da Abreu Advogados.
Sem apontar diretamente o dedo ao adversário, o almirante apresentou a figura do "facilitador" junto de empresas de advogados, para negócios, "misturando política, negócios e interesses".
"Não é que seja contra a lei", esclareceu. "Tem a ver com ética".
"Insinuações"
Marques Mendes referiu que elogiou o Almirante devido ao papel que este desempenhou durante a vacinação contra a Covid 19.
"Mas, o almirante Gouveia e Melo de agora é completamente diferente do almirante Gouveia e Melo dessa ocasião", lamentou, acusando o rival de ter "delapidado o capital" de popularidade ganho durante a pandemia.
"Não trouxe nada de novo à política", referiu, considerando "insinuações" as anteriores palavras do adversário. As "caras" são "as mesmas de sempre", "não tem experiência política, nem experiência governativa", elencou.
"É uma pessoa que se especializou na politiquice, através de insinuações permanentes", acusou.
Em resposta às exigências de Gouveia e Melo, Marques Mendes disse que a "Angola Desk não tem história, é uma organização dentro do meu escritório (Abreu Advogados) da qual fiz parte, de reflexão interna", explicando que o ano passado esteve em Angola "e em Cabo Verde e em Moçambique", a fazer conferências.
O candidato social-democrata garantiu ainda que "não fui ouvido em coisíssima nenhuma" quanto à JMF nem esta teve algo a ver com vistos Gold.
"É completamente falso aquilo que disse", afirmou, ao que Gouveia e Melo mostrou fotocópias dos títulos de artigos do jornal Público, sobre a intervenção de Marques Mendes nos vistos Gold.
"O senhor está transformado em André Ventura", reagiu Marques Mendes. "Nunca fui acusado de coisíssima nenhuma em matéria de vistos Gold".
"Fica-lhe muito mal esse papel", lamentou o social-democrata referindo ainda que a estratégia atual do Almirante é "o desespero das sondagens", levando o rival a rir-se.
"Recusei convites para ir para o Estado"
Sobre a consultoria com a Abreu Advogados, Marques Mendes garantiu que "não há qualquer promiscuiddade entre política e negócios", lembrando que "nos últimos 18 anos não tive nenhum cargo político".
"A minha atividade foi atividade privada", afirmou, recordando que "pertencer ao Conselho de Estado é uma atividade não remunerada". "Não é um cargo político, eu tenho de trabalhar!", referei.
"E recusei convites para ir para o Estado, não queria ter nenhuma ligação, mas tinha de trabalhar e trabalhei naquela que foi a minha profissão, a advocacia, onde comecei" e depois também em consultadoria".
Quanto à empresa familiar privada, argumentou, "fiz o que ninguém fez": "divulgar tudo incluindo os meus clientes". Também a relação com a Abreu Advogados é "de consultadoria jurídica e institucional". "Sou consultor interno, não externo", frisou.
"Atirar a pedra e esconder a mão"
Gouveia e Melo acusou Marques Mendes de ter dito que ele “era um perigo para a democracia”.
O almirante passou ao contra-ataque dizendo que o social-democrata “abre portas”, e que o escritório de advogados não vai dizer nomes de clientes. Sobre a sua situação, garantiu que recebeu apenas os seus ordenados e que, se for para a Presidência, vai com toda a liberdade de “defender a pátria e o país”.
Desafiado por Marques Mendes para dar “um exemplo em concreto da minha promiscuidade entre política e negócios (…) um exemplo de conflito de interesses”, o almirante apontou que “foi sócio de uma empresa envolvida nos Vistos Gold”.
“A JMF, foi ou não foi?”, questionou.
“Fui sócio dessa empresa, já o disse”, respondeu Marques Mendes, para voltar a insistir: “Diga-me em concreto o que eu fiz de ilegal ou de imoral (…) Desculpe que lhe diga, o senhor não vai atirar a pedra e esconder a mão”.
Gouveia e Melo retorquiu que não o fará: “A minha mão está aqui”, disse mostrando a mão direita. “O senhor, em vez de se vitimizar, tem de dizer quais são os seus clientes, quais os interesses que defendia, não vire o bico ao contrário”.
Nesta fase do debate mais quente, o almirante desafiou Marques Mendes a revelar quem são os seus clientes para “tranquilizar os portugueses”.
Marques Mendes acusou Gouveia e Melo de, “nos últimos tempos, se transformar no arauto da velha política (…) o senhor não tem nada a dizer, o que tem a propor em matéria de saúde, de habitação [ou noutras áreas], zero”.
Transparência e opacidade
A discussão desenvolveu-se depois no facto de Marques Mendes apenas ter divulgado dados da sua própria empresa, o que lhe valeu a adjetivação de “não transparente, é opaco”, devendo revelar as circunstâncias do envolvimento na Abreu.
“Ninguém tem o monopólio da transparência, o senhor pode ser transparente e eu também sou (…) pode ser sério e eu também sou”, respondeu o antigo líder do PSD, lembrando-o depois que não é muito popular nas Forças Armadas, mas que não vai por aí.
Acusou depois o almirante de “estar sempre a insinuar”, sobre o facto de “em um dia e meio” ter uma decisão da justiça, quando António Costa “anda há meses” para perceber os desenvolvimentos do Caso Influencer.
“Eu não sou nenhum facilitador de negócios”, concluiu Marques Mendes. “A minha vida na minha empresa tornei-a toda pública, a vida do tempo do escritório é corretíssima e nunca tive problemas com a Autoridade Tributária, o meu trabalho é honesto, limpo”.
“O senhor está pior do que o André Ventura, o senhor está mesmo desesperado (…) por causa das sondagens”, repetiu o social-democrata, acusando o adversário de, depois de ter demonstrado sentido de estado durante a campanha de vacinação, se ter transformado “na politiquice”, voltando a agulha para o diretor de campanha do almirante.
“A pessoa que dirige a sua campanha (…) na linguagem militar é uma espécie de general da politiquice (…) o assessor de José Sócrates (…), Luís Bernardo”.
O almirante Gouveia e Melo respondeu que ninguém manda nele. Acusou Marques Mendes, por seu lado, de ter posições “muito redondas” e “dá ideia sobre coisas fabulosas”, por exemplo, “para a juventude”, mas “fazer coisas e resolver problemas, não se mete comigo”.
O almirante passou ao contra-ataque dizendo que o social-democrata “abre portas”, e que o escritório de advogados não vai dizer nomes de clientes. Sobre a sua situação, garantiu que recebeu apenas os seus ordenados e que, se for para a Presidência, vai com toda a liberdade de “defender a pátria e o país”.
Desafiado por Marques Mendes para dar “um exemplo em concreto da minha promiscuidade entre política e negócios (…) um exemplo de conflito de interesses”, o almirante apontou que “foi sócio de uma empresa envolvida nos Vistos Gold”.
“A JMF, foi ou não foi?”, questionou.
“Fui sócio dessa empresa, já o disse”, respondeu Marques Mendes, para voltar a insistir: “Diga-me em concreto o que eu fiz de ilegal ou de imoral (…) Desculpe que lhe diga, o senhor não vai atirar a pedra e esconder a mão”.
Gouveia e Melo retorquiu que não o fará: “A minha mão está aqui”, disse mostrando a mão direita. “O senhor, em vez de se vitimizar, tem de dizer quais são os seus clientes, quais os interesses que defendia, não vire o bico ao contrário”.
Nesta fase do debate mais quente, o almirante desafiou Marques Mendes a revelar quem são os seus clientes para “tranquilizar os portugueses”.
Marques Mendes acusou Gouveia e Melo de, “nos últimos tempos, se transformar no arauto da velha política (…) o senhor não tem nada a dizer, o que tem a propor em matéria de saúde, de habitação [ou noutras áreas], zero”.
Transparência e opacidade
A discussão desenvolveu-se depois no facto de Marques Mendes apenas ter divulgado dados da sua própria empresa, o que lhe valeu a adjetivação de “não transparente, é opaco”, devendo revelar as circunstâncias do envolvimento na Abreu.
“Ninguém tem o monopólio da transparência, o senhor pode ser transparente e eu também sou (…) pode ser sério e eu também sou”, respondeu o antigo líder do PSD, lembrando-o depois que não é muito popular nas Forças Armadas, mas que não vai por aí.
Acusou depois o almirante de “estar sempre a insinuar”, sobre o facto de “em um dia e meio” ter uma decisão da justiça, quando António Costa “anda há meses” para perceber os desenvolvimentos do Caso Influencer.
“Eu não sou nenhum facilitador de negócios”, concluiu Marques Mendes. “A minha vida na minha empresa tornei-a toda pública, a vida do tempo do escritório é corretíssima e nunca tive problemas com a Autoridade Tributária, o meu trabalho é honesto, limpo”.
“O senhor está pior do que o André Ventura, o senhor está mesmo desesperado (…) por causa das sondagens”, repetiu o social-democrata, acusando o adversário de, depois de ter demonstrado sentido de estado durante a campanha de vacinação, se ter transformado “na politiquice”, voltando a agulha para o diretor de campanha do almirante.
“A pessoa que dirige a sua campanha (…) na linguagem militar é uma espécie de general da politiquice (…) o assessor de José Sócrates (…), Luís Bernardo”.
O almirante Gouveia e Melo respondeu que ninguém manda nele. Acusou Marques Mendes, por seu lado, de ter posições “muito redondas” e “dá ideia sobre coisas fabulosas”, por exemplo, “para a juventude”, mas “fazer coisas e resolver problemas, não se mete comigo”.
Um presidente deve ser...
Sobre as características que um presidente deve ter, Gouveia e Melo invocou a sua experiência militar para dizer que o inquilino de Belém deve estar afastado das lógicas partidárias e afastado dos interesses de negócios, levando Marques Mendes a lamentar o que disse serem insinuações do almirante de estar frente a um lobbyista e facilitador de negócios sem concretizar uma acusação.
O social-democrata passou depois ao ataque, para se dizer “um profundo defensor da estabilidade”, antevendo o almirante como um fator de instabilidade.
Rebobinou declarações de Gouveia e Melo na Universidade do Minho, lembrando que este havia dito que demitiria o governo de Passos Coelho por não ter cumprido uma promessa eleitoral. Gouveia e Melo desafiou-o a provar essa afirmação
O social-democrata passou depois ao ataque, para se dizer “um profundo defensor da estabilidade”, antevendo o almirante como um fator de instabilidade.
Rebobinou declarações de Gouveia e Melo na Universidade do Minho, lembrando que este havia dito que demitiria o governo de Passos Coelho por não ter cumprido uma promessa eleitoral. Gouveia e Melo desafiou-o a provar essa afirmação